A prefeitura de Paulínia anunciou nesta sexta-feira (13) a suspensão do Festival de Cinema da cidade, cuja quinta edição seria realizada em junho. Em coletiva de imprensa pela manhã, o prefeito José Pavan Junior afirmou que os recursos para o evento serão realocados para outras áreas.
“Foi uma decisão muito difícil, mas tivemos que priorizar o trabalho social que vem sendo realizado na cidade. Suspender não significa acabar”, disse em comunicado. “Cerca de R$ 10 milhões que seriam investidos no Festival de Cinema serão direcionados para os trabalhos realizados na área social, como construção de novas escolas, casas, saúde e nos programas do meio ambiente.”
Pavan Junior reconheceu que o festival estava previsto no orçamento de 2012, mas que os cortes não foram exclusivos da Secretaria de Cultura: várias pastas teriam sido afetadas, exceto Saúde e Educação. “Esse é nosso último ano de mandato, temos que entregar as contas, nos adequarmos e gastar o que arrecadamos, como manda a Lei de Responsabilidade Fiscal.”
Conforme o prefeito, a ideia era de que ao longo dos anos o festival de cinema dependesse cada vez menos do investimento municipal e passasse a ser bancado pela iniciativa privada, o que não aconteceu. “Não vamos acabar com o festival. Quando empresas começarem a nos procurar, a gente repensa.”
Desde sua criação, o Festival de Paulínia ganhou rapidamente destaque no cenário do audiovisual brasileiro. Primeiro evento no calendário dos festivais, sediava sessões no ostentoso Theatro Municipal e distribuía uma premiação graúda: no ano passado, os ganhadores da competição receberam no total R$ 800 mil, sendo R$ 250 mil só para o vencedor de melhor longa-metragem de ficção.
Não é por nada que muitos dos filmes brasileiros mais aguardados de cada ano reservavam suas estreias para o evento, até pela proximidade com o Pólo Cinematográfico da cidade. Mantido pela prefeitura, que tem os cofres inflados pelo município ser sede de um pólo petroquímico, o órgão abre editais para financiar longas e curtas-metragens e oferece estúdios, mão-de-obra e toda infra-estrutura para a produção na área.
De acordo com o prefeito, a suspensão do festival foi uma “decisão pontual” para esta edição e o Pólo Cinematográfico permanece funcionando normalmente, inclusive no segundo semestre devem ser publicados os novos editais para financiamento de longas e curtas.
Três longas devem começar a ser filmados em breve no complexo: “Trinta”, de Paulo Machline, “Acorda Brasil”, de Sergio Machado, e “O Tempo e o Vento”, de Jayme Monjardim. O primeiro recebeu R$ 700 mil de subsídio da prefeitura, enquanto os dois últimos foram contemplados com R$ 1,4 milhão.