A solidez de uma vida toda abalada por um fato trivial quotidiano. Dívidas que não acabam, violências domiciliares, expectativas frustradas, incapacidade de se firmar perante situações desequilibradoras. O drama parece mergulhar na vida do anônimo espectador do filme e demostrar que o cinema também representa seus problemas diários, aqueles mesmos que o levaram até a sala para esquecer e os mesmos dos quais ele não conseguirá fugir após deixar a sessão de cinema. A quebra da rotina leva a uma confusão de sentimentos e sensações, que do emocional exigem uma resposta racional. Drama é conflito e as consequências dele no indivíduo causam uma tensão. No cinema, o drama é a narrativa de uma existência individual complexa. Em cada drama, temos um tipo de narrativa conflituosa, das quais destacamos os subgêneros:
DRAMA SOCIAL: o personagem em conflito com um contexto. O indivíduo que não encontra seu lugar no mundo e sofre para encaixar-se (ou não). Como exemplos, destacam-se: “K-PAX: O caminho da luz” (2001), “Elefante” (2003) e “A Onda” (1981).
DRAMA BÉLICO: face a face com a morte, o indivíduo questiona sua existência e por querer sobreviver acaba questionando a sua humanidade. Como destaques: “Apocalypse Now” (1979), “Nascido para Matar” (1987) e “O Resgate do Soldado Ryan” (1998).
DRAMA PSICOLÓGICO: O indivíduo se confronta consigo mesmo ao ver espelhados seus medos e incertezas naqueles que o rodeiam. Entre os principais filmes desse subgênero, estão: “Laranja Mecânica” (1971), “Taxi Driver” (1976), “Clube da Luta” (1999).
DRAMA ROMÂNTICO: Tem como foco a tensão afetiva entre indivíduos, mostrando assim suas dificuldades, seu reverso, incomunicabilidade,incompatibilidade e transitoriedade.
As obras que servem como exemplo de drama romântico são: “Casablanca” (1942), “As Pontes de Madinson” (1995) e “Closer: Perto Demais” (2004).
DRAMA FAMILIAR: Possuindo diversos tons, vai da disfuncionalidade familiar, passando pelo conflito entre gerações e o preconceito moral, até as dificuldades de amadurecimento de um indivíduo. Em destaque: “Dançando no Escuro” (2000), “Os Excêntricos Tenenbaums” (2001) e “Volver” (2006).
DRAMA POLÍTICO: Retrata épocas e acontecimentos históricos marcantes e questiona os paradigmas e valores políticos vigentes e seu impacto na civilização. Alguns exemplos: “Nixon” (1995), “O Que É Isso Companheiro?” (1997) e “Machuca” (2004).
BIOPIC: Narrativas ficcionadas que buscam desmitificar personalidades do mundo através de um recorte de suas fragilidades e incertezas, feitos e virtudes. Entre outras obras deste subgênero, estão: “Buffalo Bill” (1944), “Amadeus” (1984) e “Frida” (2002).
MELODRAMA: Síntese da essência dramática em situações de conflito nítido e paixões conduzidas ao extremo, esse subgênero é dirigido à total comoção do espectador em todos os aspectos: narrativos, fotográficos e sonoros. Destaque para: “Marnie” (1967), “Rain Man” (1988) e “Patch Adams” (1998).