por Carina Toledo
A mais conhecida composição da extensa carreira deBernard Herrmann (1911-1975) é a trilha sonora dePsicose (Psycho, 1960). A colaboração com o diretor Alfred Hitchcock rendeu a marcante cena do chuveiro, em que violinos prenunciam a morte de Marion Crane, vivida porJanet Leigh. Além de Psicose, Herrmann trabalhou em quase todos os filmes do diretor entre 1955 e 1964, rendendo outros clássicos como Um Corpo que Cai(Vertigo, 1958) e Intriga Internacional (North by Northwest, 1959).
Herrmann iniciou sua carreira nos programas de rádio da década de 1930, em que regia a Orquestra Simfônica da CBS, apresentando ao grande público composições pouco conhecidas da música clássica. Ganhou fama ao trabalhar ao lado de Orson Welles na dramatização para rádio do romance Guerra dos Mundos, deH. G. Wells, em 1938, que fez muitos ouvintes entrarem em crise de pânico, temendo a “invasão alienígena”. O compositor também acompanhou a passagem de Welles para o cinema e criou a trilha sonora de Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941).
Foram criadas por Herrmann também as trilhas de filmes de ficção científica que marcaram os anos 50 e 60, como Viagem ao Centro da Terra (Journey to the Center of the Earth, 1959) eO Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, 1951). Colaborou ainda comFrançois Truffaut em Fahrenheit 451 (1966), e com o diretor Ray Harryhausen, conhecido por suas animações em stop-motion, em Jasão e os Argonautas (Jason and the Argonauts, 1963) e Simbad e a Princesa (The Seventh Voyage of Sinbad, 1958). Seu último trabalho completo foi Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese.