COMO GRAVAR SOM DIRETO – parte 3

por David Pennington

MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO DE SOM

Assim como a câmara, o gravador de fita deve ser conferido antes do uso. As partes mais importantes a ser examinadas são a cabeça magnética, o mecanismo de transporte, o oscilador de referencia, os amplificadores, o interruptor e conectores de cabos. (Estamos tratando de gravadores de FITA analógicos profissionais! O problema mais comum é a magnetização das cabeças de gravação. As cabeças de playback e gravação devem ser desmagnetizadas regularmente. Um desmagnetizador pequeno deve ser usado após cerca de doze horas de uso ou se a cabeça vier a ficar nas proximidades de qualquer material magnético, como um microfone dinâmico, um motor elétrico poderoso, ou ferramentas de metal de qualquer tipo, como chaves de fenda, alicates, etc.Sujeira se acumula nas cabeças do gravador pela transcurso da fita sobre elas. Deve ser removido usando um limpador de cabeça líquido, ou álcool isopropílico. Álcool comum não é recomendado, porque tem ingredientes adicionais, e uma quantidade de água (álcool hidratado) que pode prejudicar as cabeças de gravação e reprodução dos gravadores de fita. Quando limpar, nunca raspe a cabeça com qualquer instrumento duro. Use cotonetes novos, uma vez apenas para cada cotonete.
Deve ser tomado cuidado para não sacudir ou forçar as cabeças, que podem ficar desalinhadas. Se a cabeça está fora de alinhamento, as freqüências altas serão as primeiras a desaparecer. Nunca tente a realinhar as cabeças você mesmo, a menos que tenha experiência para isso.

Os gravadores digitais devem ser limpos com discos ou fitas de limpeza próprios, e a manutenção é sempre através de empresas especializadas.


Muitos dos problemas do gravador podem ser diagnosticados a partir do som gravado. Um som tremulante normalmente é causado por um mecanismo de transporte defeituoso que avança a fita a uma velocidade desigual.
Zumbidos e assobios podem ser causados por um amplificador defeituoso, mas também pode a ser a fonte de alimentação nas proximidades de um aparelho elétrico.
Também fios elétricos nas proximidades podem induzir zumbidos, ou até mesmo uma estação de rádio pode ser captada ocasionalmente pelos cabos de microfone, agindo como antenas. Também poderiam ser recebidos pelo adaptador de corrente alternada do gravador de fita; por essa razão, é sempre bom dispor de um jogo de pilhas para o gravador. Se um zumbido está presente, a primeira coisa para fazer é mudar de lugar todos os cabos dos microfones. Se estiverem captando o zumbido, esta providencia poderá eliminar a captação.

Sempre deve ser lembrado que se o zumbido é de origem acústica gerado por alguma fonte audível próxima, é proveniente dos próprios microfones; daí, muitas vezes, durante uma gravação, mandar desligar um condicionador de ar, TV ou geladeira resolve o problema. Luzes fluorescentes são notórios geradores de interferências, e os microfones devem ser mantidos longe deles. Melhor ainda é desligar as luzes fluorescentes quando possível.


Ruídos semelhantes a fogo crepitando são devidos a cabos de ligação com defeitos. Finalmente, se o gravador de fita permanece no sol quente, a temperatura excessiva pode conduzir a mau funcionamento, produzindo ruídos estranhos. Assim, é bom manter o equipamento em um lugar fresco e ventilado. Não se esqueça que dentro da mala de um carro, ao sol, a temperatura interna pode chegar a 70 ou 75 graus centígrados – e alguns plásticos amolecem nessa temperatura.

CUIDADOS COM AS FITAS, DISCOS E CD’s

Igualmente importante é manutenção das fitas. Devem ser armazenadas longe de campos magnéticos, microfones dinâmicos, altofalantes, motores e transformadores. Evite extremos de temperatura e umidade. Temperaturas de até 22 Centígrados e umidade até 60 por cento são valores aceitáveis para azmazenamento contínuo. Uma caixa de isopor é interessante para manter o material virgem ou gravado, durante a produção, a uma temperatura constante. Não ponha gelo dentro dessa caixa! A temperatura que se estabelece durante a madrugada é suficientemente baixa para durar o dia inteiro – você retira o material virgem para o trabalho do dia, de manhã, e à noite rotula e guarda o material gravado.
Quando uma fita gravada foi armazenado e não reproduzida durante seis meses ou mais, deve ser rebobinada antes de ser reproduzida.
Para gravações profissionais e de alta qualidade, use somente fitas virgens. Sempre que viajar com materiais gravados com registros magnéticos, tente levá-los com você mesmo, especialmente quando viajando de avião; se os materiais têm que ser despachados como bagagem, tenha certeza um funcionário do aeroporto não os faça passar por Raios-X ou os sujeita campos magnéticos fortes que poderiam apagar ou danificar
a gravação. Sempre devem ser bem etiquetados quaisquer pacotes, declarando os conteúdos, com informação suficiente, de forma que os materiais possam ser abertos facilmente para inspeção.

OS GRAVADORES DE FITA

A velocidade padrão para gravar som de filme é 7 ½ ips (polegadas por segundo); a esta velocidade um carretel de 5 polegadas – de uso corrente – dura aproximadamente 15 minutos, o que acompanha bem um chassis de filme de 400 pés (12 minutos). Mas os bons gravadores apresentam ainda a velocidade de 3 e ¾ ips e também 15 ips. A primeira, mais lenta, é usada para gravar entrevistas; a segunda, mais rápida, é usada para gravações de música. Mas somente a velocidade de 7 ½ ips é usada para som direto de cinema.

Ao instalar um carretel novo de fita, a primeira coisa a fazer é cantar uma identificação de voz no começo da fita, que deve incluir o seguinte: título da produção, número da produção, nome do operador, número de rolo de fita, numero do chassis de filme correspondente, e a data. Esta mesma informação também aparecerá no boletim de som e na caixa da fita, além do número de gravador, o tipo de fita, e a velocidade de gravação. Depois da identificação de voz, um tom de tom de referência é gravado na fita por cerca de 20 segundos.
Este tom de referencia é produzido por um oscilador instalado dentro do gravador. O Tom de referencia é de 1000 ou 2000 Hertz, ou ainda uma combinação de tons de 1000 + 10.000 Hertz, e gravado a uma intensidade de -8 dB (menos oito dB) ou -10 dB (menos dez dB). Este tom é usado para ajustar os níveis para a regravação (ou “transferência”) do material gravado em fita de ¼ de polegada para a fita magnética perfurada no estúdio.

CONTROLE DE VOLUME DE GRAVAÇÃO


Dependendo do tipo de trabalho podemos usar o controle de volume de gravação em automático ou manual. Os profissionais concordam que 
a gravação manual dá resultados melhores. O controle de volume automático gera uma gravação com o som de primeiro plano menos distinto, e com um ruído de fundo mais evidente. Porém, algumas situações, como em certos aspectos de documentários, podem pedir a gravação automática. Neste caso, é sacrificada qualidade do som a favor da flexibilidade. Quando se usa o controle manual, o volume é fixado durante um ensaio. A distorção mais séria da gravação é a sobrecarga da fita por um sinal de amplitude excessiva. Neste caso, o ponteiro indicador do VU-meter fica excedendo constantemente o limite máximo de gravação indicado, zero dB, e diz-se que a gravação está “estourada”. Ajusta-se o volume simultaneamente com a colocação do microfone, de forma que o ponteiro apenas ocasionalmente chegue à indicação zero do VU-meter:

   Este é o indicador de nível de volume do gravador Nagra. É essencialmente um indicador de PICOS de volume, diferentemente do V.U. ímetro ou V.U. meter, que é um indicador de valores médios. Tanto assim, que 0 (zero) V.U. corresponde a -8 dB indicado no modulímetro do Nagra
volume ideal: aproxima-se do “ZERO dB”, mas… …não ultrapassa essa marca com muita frequência… …e o “ZERO dB” é indicado no início de uma faixa vermelha, no instrumento medidor, o V-U ímetro.
   Esta representação corresponde ao V.U. meter padrão usado na maioria dos equipamentos de áudio semi-profissionais e profissionais.

 Isto vale para a gravação analógica, no ambiente digital muita coisa muda.

 No caso da gravação digital, é um pouco diferente: ou é TUDO ou NADA. Ou seja, se o indicador de gravação de um equipamento digital chegar ao valor 0 dB (ZERO decibéis), a gravação poderá ficar comprometida; se ultrapassar, a gravação ficará inutilizada. Os gravadores analógicos suportam mais abusos, pois a distorção por excesso de modulação instaura-se progressivamente, daí ser possível o ponteiro (ou outro tipo de indicação) ultrapassar o índice 0 dB vez em quando. Com a gravação digital, não. Ultrapassado o índice zero dB, ocorre o “overload”: a deterioração da gravação é imediata. Inclusive os indicadores digitais costumam ser do tipo LED, com indicação luminosa quando ocorre o overload, o seja, sobrecarga da gravação.

 A questão mais importante sobre o indicador de nível de gravação, é a possibilidade do corte dos picos mais altos da gravação, que podem não ser percebidos pelo operador, e que introduzem distorções. Nesta atividade, a regra é: faça ensaios, escute-os em caixas de som em volume de moderado a alto, e desenvolva a sua forma pessoal de ajustar os volumes de gravação. Se você estiver trabalhando com equipamento associado (mixer, por exemplo) com indicador tipo “VU- meter”, a relação entre os dois é:
 0 (zero) VU = -12 (menos 12) no indicador do aparelho digital

 A forma de fazer uso dos microfones, no entanto, pouco mudou nestes últimos cinqüenta anos.

Marcelo Macaue

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