O curta-metragem francês com 11 minutos de duração, “Opressed Majority” (“Maioria Oprimida”), de Eléonore Pourriat, mostra com simplicidade uma inversão de papéis bastante interessante. O curta se passa numa sociedade sexista, dominada por mulheres. Ou seja, é basicamente o que vivemos, só que ao contrário. Um homem passando por tudo aquilo que as mulheres passam todos os dias.
O curta trata, então, de dois pontos extremamente interessantes. O primeiro deles, obviamente, é a crítica à nossa sociedade extremamente machista. O vídeo não deixa dúvidas quanto a isso, pelo simples fato de causar certo estranhamento com essa inversão de papéis ao criar certas situações. Das coisas simples às mais graves, percebemos como a sociedade se acostumou a ser machista sem perceber, pelo simples fato de tornar normal algo que, se acontecesse ao contrário, seria de se estranhar. Basicamente, se qualquer coisa tenha te dado a impressão de que algo não está certo, já é o suficiente para provar que você se acostumou com o machismo. Isso porque se no mundo em que vivemos, homens e mulheres fossem tratados como iguais (que, aliás, é o que são), uma inversão de papéis não mudaria coisa alguma.
Por outro lado, outra reflexão feita por Eléonore é justamente sobre o que seria correto a se fazer para mudar essa situação. Muitas pessoas acreditam que ser radical é a solução, e que o certo mesmo seria justamente uma inversão de papéis. Mas o curta nos mostra que isso só jogaria o problema pro outro lado. O correto, na verdade, é não existir uma luta pelo ‘femismo’, ou uma luta pelo machismo, e sim uma luta pela igualdade. Simples assim.
Qualquer coisa que se torne extrema acaba sendo prejudicial para alguém, quando existem dois lados envolvidos. Pender demais para um lado ou para o outro nunca é a solução correta.
Por isso, “Opressed Majority” é genial. Simples, passa sua mensagem e te convence de que lutar por um domínio de um dos lados é lutar a favor de um problema. Digo mais uma vez: correto mesmo é lutar pelo equilíbrio, pela igualdade e contra o extremismo, seja ele para o lado que for.