Em meados da década de 10, o cinema começou a dar passos mais largos no Brasil. No entanto, sua produção continuava amadora e trazia os acontecimentos do cotidiano da sociedade carioca como temas. Além dos filmes serem apresentados em casas de show, juntamente com outros espetáculos musicais e peças de teatro. O cinema também já foi palco para orquestras, pois, no começo do século XX, muitas vezes, as trilhas sonoras das obras eram reproduzidas ao vivo. Isso mesmo! Ali, na hora – como diria o apresentador global Fausto Silva, quem sabe faz ao vivo. E era exatamente assim que funcionava. Em alguns casos, a dublagem da cena era feita atrás da telona onde se desenrolava a trama, isso porque os aparelhos não conseguiam reproduzir com exatidão os sons gravados, daí então, dava-se o bom “jeitinho brasileiro”. Os atores iam para trás do palco e liam as falas dos personagens em voz alta.
As casas de cinema mais conhecidas pelos entusiastas da época eram o Chopp Cantante, o Cinema Parisiense e o Cine Pathé. Todas alicerçadas no Rio de Janeiro. Neste período, o principal registro fílmico fica por conta da película Guarany, de Vittorio Capellaro. A partir de então, as obras começam a ser baseadas em obras literárias e ganham contornos poéticos e romancistas. Mas eis que chega o fantasma norte-americano, assolando o cinema nacional, que passa então por sua primeira crise, a qual se estenderia até meados da década de 20. Com a perda de diversas salas cinematográficas por conta da falta de recurso para mantê-las e com a chegada dos filmes da terra do Tio Sam,, os diretores se veem obrigados a trabalhar em outras funções, para angariar fundos e trabalhar em pequenas produções, em sua maioria curtas-metragens. Os principais nomes dessa época são os irmãos Botelho e Antonio Leal.