Por Flávia Robles
Imaginem um quebra-cabeça daqueles de 100 peças, dos mais difíceis, todo desmontado, com peças espalhadas para todos os lados. Um filme chega dessa forma às mãos do editor/ montador. As cenas, na grande maioria dos casos, são gravadas 
fora da ordem da narrativa e com muitas sobras, além de poder haver mais de uma versão da mesma cena. Esse material deve ser ordenado pelo editor, que monta o filme, isto é, coloca cada fotograma no seu devido lugar.
Ao editor cabe, então, estruturar as imagens do filme, sempre mantendo contato com o diretor, que poderá orientá-lo, além de os dois poderem conversar para chegarem, juntos, às melhores soluções para a obra cinematográfica. A montagem das cenas não é um simples trabalho de unir pecinhas. Por exemplo, aquele quebra-cabeça do qual falamos no início, se encaixarmos as peças onde elas caibam, sem ter atenção à imagem que se forma, o objetivo do jogo não será alcançado, porque ninguém vai enxergar uma figura compreensível. Nos filmes, o montador (ou editor) precisa fazer um encadeamento de cenas de modo a ressaltar os sentidos que se quer passar ao espectador, dando mais riqueza à obra. A ordem das cenas pode fazer prolongar o suspense de uma história ou ressaltar uma situação específica, entre outras coisas.
Em conjunto com o diretor e o diretor de fotografia, o editor também verifica e trata as imagens, balanceando e equilibrando a densidade das cores, por exemplo. Além disso, com o diretor, esse profissional também inclui cenas que tenham efeitos especiais e decide o tempo de duração do filme.
