Atualmente, é difícil imaginar um filme sem o diretor. Ele é o nome principal, a estrela do filme. Muitas vezes, ficamos enlouquecidos com vontade de assistir a um filme, simplesmente porque ele é do diretor Fulano de Tal. Há muitos diretores com grande fama, não só entre os cinéfilos, mas para qualquer pessoa que assista filmes ou, pelo menos, programas de TV, já que os diretores de maior sucesso, sempre estão nos noticiários. E se alguém te dissesse que o diretor, no início, era subordinado do produtor e ninguém sabia quem era o diretor de um filme? Pode parecer mentira, mas não é. Apenas os atores eram o foco de interesse do público, a figura do diretor era absolutamente inexpressiva.
Esse quadro começou a mudar com alguns diretores, como Alfred Hitchcock, que fazia aparições em seus próprios filmes, e Cecil B. DeMille, apresentando os trailers de seus filmes. E o principal fato, que alterou definitivamente o pensamento coletivo em relação ao diretor de cinema, foi a publicação, nos anos 50, de uma revista de cinema francesa – “Cahiers du Cinéma” -, que trazia a ideia de que o diretor seria o responsável por assinar o filme como seu principal criador, apesar de todos os outros profissionais envolvidos. Essa nova concepção do diretor foi adotada por Hollywood e, logo, pelo cinema mundial.
Como peça central de todo o processo de criação da obra cinematográfica, é ao diretor que cabe a função de criar, mas também, de saber ouvir a todos, dando a devida autonomia à sua equipe. O filme, desse modo, acaba sendo atribuído – quase que exclusivamente, no imaginário do público – ao diretor, como alguém que cria e executa toda a obra. Mas, claro, nem tudo são flores. Se um diretor pode ser muito aclamado, ele também vai ser o alvo das críticas se um filme não agradar. A evolução da profissão de diretor de cinema foi notável da década de 50 até os dias atuais. E assim como cresceu a visibilidade do diretor, aumentou também sua responsabilidade sobre o produto final que chega às nossas salas de cinema.