Por PORTAL DO CURTA
1907, 1917 e 1952. São essas as datas marcantes para a animação no Brasil, que começou com muita dificuldade, sem apoio, sem acesso às tecnologias que se desenvolviam pelo mundo e sem conhecedores do assunto que pudessem dividir o que sabiam sobre a produção de animação. Aqueles que se aventuraram a começar com o cinema de animação no Brasil superaram, muitas vezes, obstáculos para realizar seus trabalhos ou tiveram pouco reconhecimento em sua época.
Mil novecentos e sete. Nessa data, o cartunista Raul Pederneiras criou charges animadas exibidas no final do Pathé-Jornal, da Companhia Marc Ferrez e Filhos. Essa ação serviu como um precursor para a animação cinematográfica, incentivando também os irmãos Alberto Botelho e Paulino Botelho a levar o mesmo tipo de iniciativa aos cinejornais.
Mil novecentos e dezessete. No dia 22 de janeiro desse ano, realizou-se a primeira exibição de uma animação brasileira nos cinemas. O cartunista Álvaro Marins, que era conhecido como Seth, criou a charge animada chamada “Kaiser”, que mostrava o imperador alemão Guilherme II. Ela foi exibida no Cine Pathé, no Rio de Janeiro. Esse cartunista, depois, dedicou-se às animações para publicidade.
Mil novecentos e cinquenta e dois. O primeiro longa-metragem de animação brasileiro surgiu nesse ano. O filme, que se chamava “Sinfonia Amazônica”, foi feito por Anélio Latini Filho e apenas por ele. Sim, ele levou seis anos para criar personagens, cenários, sincronizar som e imagem e fazer mais de 500 mil desenhos. O desenho, em preto e branco, foi inspirado nas lendas populares e músicas brasileiras, mais especificamente da Amazônia.
Na década de 50, enquanto Anélio Latini Filho lançava seu filme em preto e branco e feito com muito trabalho e esforço, o mercado cinematográfico de animação estava dominado pela Walt Disney que produzia animações coloridas e com técnicas avançadas para a época. Assim, o campo ficava fechado para os brasileiros que quisessem produzir filmes nesse gênero. Das primeiras animações produzidas no Brasil, o curta-metragem “Os azares de Lulu” (1940), de Mário Latini – irmão de Anélio Latini Filho -, é o único que está preservado até hoje.