Antes de 1927, o cinema era mudo. O primeiro filme com som do qual se tem relato é O Cantor de Jazz (The Jazz Singer), datado de 1927. Essa obra filmica revolucionou a história cinematográfica mundial ao aliar falas às imagens.
O filme conta a história de uma família de cantores religiosos, em que o filho mais jovem tem o sonho de se transformar em um cantor de jazz, fato totalmente inaceitável para seu pai, que o expulsa de casa. Seguindo a trilha das quebras de paradigma e força de vontade para subir na vida, ele depende somente do seu talento para obter o êxito na profissão tão desejada.
O fato é que essa obra, além de se transformar em um ícone para a cinematografia, ainda salvou os estúdios Warner da falência. Mas, o que realmente importa neste artigo, é mostrar como o som é fundamental para o cinema. Você já pensou como seria o cinema hoje sem som? Pois é, antes do filme O Cantor de Jazz, isso era muito mais normal do que se imagina, afinal de contas, nenhum aparelho que possibilitasse inserir som nos filmes havia sido criado. Então, muitas obras fílmicas eram acompanhados por orquestras, quando não por um simples e único pianista, que tinha a responsabilidade de trazer o clima necessário para determinada cena.
Pois bem, em 1926 surgia o Vitaphone, aparelho responsável pelo som nas salas de cinema. Não mais eram necessários o pianista ou uma grande quantidade de músicos para que uma orquestra se apresentasse no cinema. Esse equipamento foi bem utilizado, por exemplo, no filme Don Juan, no qual apenas músicas e efeitos sonoros eram tocados. No entanto, foi com The Jazz Singer que esse aparelho realmente entrou para a história cinematográfica mundial, sincronizando músicas, efeitos sonoros e falas à obra.
Essa grande revolução no cinema foi preterida por muitos cineastas, Chaplin acreditava que não era necessário ouvir um barulho de chuva se você via a chuva caindo por meio da imagem. Porém, mesmo Charlie Chaplin se rendeu ao encanto que o som trazia para uma obra, mas só deu voz a um de seus personagens em O Grande Ditador, de 1940. Exatamente treze anos depois da primeira fala no cinema.
Vale ressaltar também que, no Brasil, o primeiro filme com registro sonoro, pelo que se sabe, data de 1929, com a obra Acabaram-se os Otários, ou seja, apenas dois anos depois do acontecido nos Estados Unidos.