SOFTWARE PARA ROTEIRISTAS “CELTX”

Por João Nunes / 2008

Uma breve introdução

O CeltX é um soft­ware open source de pré-produção de media, que inclui capa­ci­da­des tão diver­sas como a pla­ni­fi­ca­ção e escrita dos guiões, os levan­ta­men­tos das neces­si­da­des de pro­du­ção, a pla­ni­fi­ca­ção de fil­ma­gens, catá­lo­gos, calen­dá­rio, story­bo­ard, etc.

A sua grande pro­messa é uma inte­gra­ção per­feita entre todos os pro­fis­si­o­nais que tra­ba­lham na pré-produção de um pro­jeto audi­o­vi­sual, desde o gui­o­nista ao rea­li­za­dor, pas­sando pelo assis­tente de rea­li­za­ção e pro­du­to­res. Cada um des­tes pro­fis­si­o­nais encon­trará no CeltX uma solu­ção prá­tica e inte­grada para as suas neces­si­da­des. Obvi­a­mente vou dar mais des­ta­que às carac­te­rís­ti­cas que  inte­res­sam aos guionistas.

Outra das carac­te­rís­ti­cas do CeltX é uma inte­gra­ção per­feita entre o pro­grama que bai­xa­mos para o com­pu­ta­dor, e os ser­vi­ços web asso­ci­a­dos. Pode­mos criar uma conta no site CeltX Pro­ject Cen­tral, que nos per­mi­tirá tor­nar o nosso guião aces­sí­vel a todos os uti­li­za­do­res ou, o que é mais inte­res­sante, ape­nas a um grupo selec­ci­o­nado por nós. Isto per­mite, entre outras coi­sas, que várias pes­soas pos­sam tra­ba­lhar num mesmo guião, ou irem sendo infor­ma­das da sua evo­lu­ção. Per­mite tam­bém man­terbac­kups do guião, na sua forma defi­ni­tiva ou em tan­tas ver­sões inter­mé­dias quanto quisermos.

No site do pro­grama estão dis­po­ní­veis ver­sões para Win­dows, Linux e Mac OSX (a que eu uti­lizo), em 9 lín­guas, incluindo o por­tu­guês do Bra­sil. Mui­tas outras irão sur­gir, segu­ra­mente, pois na ver­são ante­rior há mais 12 lín­guas dis­po­ní­veis. Todas as ver­sões são gra­tui­tas, e os fichei­ros per­fei­ta­mente com­pa­tí­veis entre si.

Principais características de interesse para os guionistas

O CeltX vem de ori­gem com seis mode­los de texto pré-formatados: guião cinema ou tvtea­troguião audi­o­vi­sual,guião áudiobanda dese­nhada e texto sim­ples. Pode­mos ainda criar mode­los pró­prios, adap­ta­dos a neces­si­da­des específicas.

Esco­lhido um des­tes for­ma­tos para o nosso guião, a escrita é muito sim­ples: recor­rendo ape­nas às teclas de pará­grafo e tabe­la­ção, vamos sal­tando entre os dife­ren­tes esti­los de cada ele­mento da página: cabe­ça­lhos, ação, per­so­na­gem, diá­logo, etc. Durante a escrita pode­mos a qual­quer momento ver a pagi­na­ção exacta do nosso guião, incluindo núme­ros de cenas e deta­lhes como os (Mais) e (Con­ti­nu­a­dos), que não são muito usa­dos em Portugal.

Uma carac­te­rís­tica nova da ver­são 1.0 é a pos­si­bi­li­dade de trans­for­mar auto­ma­ti­ca­mente um guião num dos for­ma­tos pré-definidos em qual­quer um dos outros. Por exem­plo, um guião escrito como  banda dese­nhada pode ser trans­for­mado num guião para cinema. Não sei se na prá­tica será muito útil, mas os cri­a­do­res do pro­grama dão-lhe grande destaque.

O CeltX inclui ainda um pai­nel de fichas, liga­das inte­rac­ti­va­mente ao guião, em que cada cena é repre­sen­tada por uma ficha com o mesmo cabe­ça­lho  e as pri­mei­ras pala­vras do texto. No verso (vir­tual) des­tas fichas pode­mos tomar notas sobre as cenas. Tro­cando osas fichas de lugar as cenas cor­res­pon­den­tes tam­bém são mudadas.

Além disso cada ficha pode ser asso­ci­ado a uma trama (A,B, C, etc), per­mi­tindo ter uma noção visual pre­cisa dos vários enre­dos que esta­mos a entre­la­çar. Este modo de tra­ba­lho pode ser muito útil na fase de pla­ni­fi­ca­ção de um guião.

Outras características

O CeltX tem um ror de capa­ci­da­des de inte­resse para a pré-produção de um filme, que vão desde os levan­ta­men­tos gerais dos ele­men­tos de cena (ato­res, cená­rios, ade­re­ços, veí­cu­los, etc), orga­ni­za­dos em catá­lo­gos, até à pla­ni­fi­ca­ção das fil­ma­gens; à pro­du­ção de folhas de ser­viço e lis­tas diver­sas, etc. Os rea­li­za­do­res pode­rão criar story­bo­ards, e todos os uti­li­za­do­res bene­fi­ciam de um modo de arquivo para reu­nir notas, docu­men­tos, vídeos, foto­gra­fias, etc.

Não tenho muita prá­tica de pro­du­ção, por isso não sei se todas estas fun­ci­o­na­li­da­des são uti­li­zá­veis numa pro­du­ção real. Mas ima­gino que, por exem­plo, os estu­dan­tes de uma escola de cinema pode­riam usar a maior parte delas na pro­du­ção dos seus tra­ba­lhos prá­ti­cos, sem ter neces­si­dade de pira­tear os softwa­res pro­fis­si­o­nais que os pro­du­to­res e assis­ten­tes de rea­li­za­ção usam para esse efeito.

Finalmente, as mãos na massa

Como se pro­cessa então a escrita de um guião no CeltX. Vamos ver a sequên­cia passo a passo.

1) Novo pro­jeto – Quando abri­mos o pro­grama surge uma janela que nos dá a opção de abrir um pro­jeto já cri­ado ou criar um novo. A cri­a­ção de um novo pro­jeto tam­bém pode ser obtida a par­tir do menu “Arquivo/Novo projeto…”.

Cri­ando um pro­jeto novo.

Outra forma de come­çar um projeto.

Nesta janela deve­mos esco­lher o tipo de guião que que­re­mos escre­ver: filme, A/V, tea­tro, etc.

2) A janela ini­cial — sele­ci­o­nada uma das opções abre-se o docu­mento cor­res­pon­dente numa página em branco.

O que vemos quando ini­ci­a­mos um pro­jeto: a temida página em branco.

Na coluna da esquerda temos duas áreas: a Bibli­o­teca do pro­jeto, onde apa­rece o guião (Roteiro, em por­tu­guês do Bra­sil) e o Catá­logo prin­ci­pal. Outros ele­men­tos, tex­tos, ver­sões do roteiro, etc, podem ser acres­cen­ta­dos a esta bibli­o­teca. Temos ainda a área das Cenas: uma lista nume­rada de todas as cenas do guião. Neste momento, e por­que ainda não escre­ve­mos nada, inclui ape­nas o número da pri­meira cena.

Na coluna do cen­tro temos a área de escrita. No topo, destacam-se uma série de botões de for­ma­ta­ção, que ana­li­sa­re­mos em deta­lhe mais à frente; em baixo, vemos vários sepa­ra­do­res para áreas com fun­ções dife­ren­tes; e, no meio, a temida página em branco.

Nesta destaca-se, em cima, um rec­tân­gulo cin­zento onde escre­ve­re­mos o cabe­ça­lho da pri­meira cena. Estes rec­tân­gu­los cin­zen­tos só apa­re­cem no modo de escrita, para nos aju­dar a sepa­rar visu­al­mente as cenas, e não são impres­sos ou exportados.

Na coluna da direita vemos três sepa­ra­do­res: Notas, Mídia e Decu­pa­gem. A pri­meira é útil para os gui­o­nis­tas, pois permite-nos incluir notas para cada cena (objec­ti­vos, excer­tos de diá­lo­gos, alte­ra­ções a fazer, etc). As outras duas destinam-se mais à pré-produção e não me vou debru­çar sobre elas neste tutorial.

3) A página em branco – veja­mos então os dife­ren­tes ele­men­tos que cons­ti­tuem a coluna cen­tral, onde toda a escrita se processa.

A barra supe­rior é dedi­cada à formatação.

No topo, do lado esquerdo, temos um Menu com a pala­vra Per­so­na­gem des­ta­cada. Selec­ci­o­nando esse menu obte­mos todos os esti­los dis­po­ní­veis para o for­mato em que esta­mos a escre­ver. No caso do modelo de Cinema, são Cabe­ça­lhoAçãoPer­so­na­gemDiá­logoRubricaTran­si­çãoPlano e Texto.

Este menu não é a única, nem a mais prá­tica, forma de esco­lher os esti­los, mas está sem­pre dis­po­ní­vel em caso de neces­si­dade. Tal como estão os outros ícones que se seguem, e que repre­sen­tam fun­ções comuns em mui­tos pro­ces­sa­do­res de texto: des­fa­zer e refa­zer, negrito, itá­lico e subli­nhado, maiús­cu­las e minús­cu­las, cor­tar, copiar e colar, veri­fi­car orto­gra­fia e bus­car. Estes ícones incluem ainda duas fun­ções exclu­si­vas do CeltX: diá­logo duplo, e remo­ver marca. Final­mente, na extre­mi­dade direita, temos um menu com opções de visu­a­li­za­ção: 100%,150% e 200%.

No rodapé da coluna cen­tral temos seis sepa­ra­do­res: Roteiro,For­ma­ta­çãoBor­ra­dorFichasPágina Título e Rela­tó­rios.

O pri­meiro, Roteiro, é onde se pro­cessa toda a escrita do guião.

O segundo, For­ma­ta­ção, permite-nos ver a qual­quer momento o número exacto de pági­nas do guião, como este vai ficar quando impresso, e ace­der a opções como a nume­ra­ção das cenas.

O ter­ceiro, Bor­ra­dor, é uma área tem­po­rá­ria de arma­ze­na­gem de tex­tos, cenas com­ple­tas, excer­tos, etc. Con­tra­ri­a­mente às Notas,  que são espe­cí­fi­cas de cada cena, o Bor­ra­dor é par­ti­lhado por todo o guião.

O sepa­ra­dor Fichas dá-nos acesso a um modo de visu­a­li­za­ção do guião em que cada cena é repre­sen­tada por um car­tão visual. Mais tarde escre­ve­rei um artigo espe­cí­fico sobre como uti­li­zar este sepa­ra­dor para o pla­ne­a­mento do guião.

Página Título é exac­ta­mente o que o nome indica: uma sec­ção espe­cí­fica onde pre­en­che­mos os ele­men­tos que com­põem a folha de rosto do guião. Esta tem um tra­ta­mento à parte pois não entra na nume­ra­ção das pági­nas do guião.

Final­mente, os Rela­tó­rios inte­res­sam sobre­tudo à pro­du­ção. Con­tudo, alguns Rela­tó­rios podem tam­bém ser usa­dos pelos gui­o­nis­tas para ava­liar quan­tos déco­res, ou per­so­na­gens com falas, entram no guião.

4) Pas­sando à escrita –  a for­ma­ta­ção de um guião com o CeltX é um pro­cesso auto­má­tico. Toda a for­ma­ta­ção é feita pelo pro­grama e nós só pre­ci­sa­mos de lhe indi­car quando muda­mos de estilo. Para isso usa­mos ape­nas duas teclas: a tabe­la­ção (tab) e o pará­grafo (return ou enter).

Duas teclas são quanto basta para for­ma­tar um guião.

Quando come­ça­mos a escre­ver um guião o cur­sor encontra-se auto­ma­ti­ca­mente numa zona cin­zenta que iden­ti­fica estar­mos num Cabe­ça­lho. Depois de intro­du­zir­mos a infor­ma­ção rele­vante (por exem­plo:  INT. SALA DE ESTAR — NOITE) basta fazer­mos pará­grafo (return ou enter) e o pro­grama muda auto­ma­ti­ca­mente para o for­mato de Ação, pois sabe que a seguir a um cabe­ça­lho entra sem­pre, obri­ga­to­ri­a­mente, uma des­cri­ção de ação.

Se fizer­mos agora um novo pará­grafo o pro­grama mantém-se no estilo Ação. Se isso esti­ver bem para nós, con­ti­nu­a­mos a escre­ver. Isto repete-se as vezes que forem necessárias.

Quando qui­ser­mos intro­du­zir um diá­logo, basta fazer­mos uma tabe­la­ção (tab) e pas­sa­mos auto­ma­ti­ca­mente para o estilo Per­so­na­gem. Intro­du­zi­mos o nome do per­so­na­gem e faze­mos pará­grafo. Como o pro­grama sabe que a seguir de um Per­so­na­gem vem nor­mal­mente uma fala, conduz-nos para o estilo Diá­logo. Fazendo nova­mente pará­grafo vol­ta­mos ao estilo Per­so­na­gem e, depois deste, a um novo Diá­logo. Esta sequên­cia vai-se repe­tindo as vezes que quisermos.

Mui­tas vezes, a seguir ao nome de um per­so­na­gem não que­re­mos intro­du­zir um diá­logo mas sim uma didas­cá­lia, ou seja, uma indi­ca­ção ao actor (por exem­plo: (zan­gado)). Para isso, quando esta­mos num Diá­logo basta fazer uma tabe­la­ção e o estilo muda para o for­mato Rubrica (que cor­res­ponde às didas­cá­lias). Depois de uma didas­cá­lia vem sem­pre uma fala; por isso, quando fizer­mos pará­grafo a linha seguinte muda nova­mente para o estilo Diá­logo.

Assim, usando as teclas pará­grafo (return ou enter) e tabe­la­ção (tab), vamos mudando de um estilo para outro na sequên­cia natu­ral em que eles apa­re­cem num guião:

Cabe­ça­lho -> Ação -> Per­so­na­gem -> Diá­logo (ou Rubrica).

Há mais dois esti­los que podem por vezes ser usa­dos num guião. São eles Tran­si­ção e Plano. O pri­meiro aplica-se no fim das cenas, para indi­car o tipo de efeito usado na mudança para a cena seguinte (por exem­plo: CORTA PARA); o segundo utiliza-se para indi­car um deter­mi­nado tipo de plano (por exem­plo:CLOSE UP). Como estes dois esti­los são menos usa­dos não entram na sequên­cia natu­ral da escrita. Deve­rão ser apli­ca­dos  usando o menu supe­rior ou um ata­lho de teclas.

Os ata­lhos de teclas são, aliás, a maneira mais rápida de mudar o estilo de um pará­grafo. Quando o cur­sor está num deter­mi­nado pará­grafo basta usar o ata­lho de teclas ade­quada para mudar o estilo desse pará­grafo para qual­quer outro. Por exem­plo, as teclas Comando (a tecla da maçã, em Mac) ou Ctrl (em Win­dows) + 1 mudam o estilo para Cabe­ça­lho; as teclas Comando/Ctrl+5 mudam para Rubrica; e Comando/Ctrl +6 mudam-no para Transição.

O resul­tado pro­fis­si­o­nal é automático.

5) Memó­ria inte­li­gente — à seme­lhança dos outros pro­gra­mas de escrita de guião, o CeltX tem uma outra forma de sim­pli­fi­car a nossa vida. Depois de escre­ver­mos um Cabe­ça­lho ou um Per­so­na­gem pela pri­meira vez, o pro­grama memo­riza essas pala­vras. No pró­ximo Cabe­ça­lho ou Per­so­na­gem que escre­ver­mos come­çando com as mes­mas letras ele propõe-nos uma  lista de alter­na­ti­vas ade­qua­das que pode­mos seleccionar.

Por exem­plo, em vez de escre­ver­mos sem­pre o nome do per­so­na­gem “Joa­quim”, basta escre­ver­mos a letra “J” e apa­rece uma lista de alter­na­ti­vas (Joa­quim, João, José, Jorge…), poupando-nos o tra­ba­lho de digi­tar a pala­vra com­pleta. No fim de um guião isto repre­senta mui­tos milha­res de digi­ta­ções a menos.

Opções inte­li­gen­tes para nos pou­par trabalho.

Todos estes meca­nis­mos — o uso das teclas pará­grafo e tabe­la­ção; as opções inte­li­gen­tes; os ata­lhos de teclado — aca­bam por tornar-se auto­má­ti­cos ao fim de um curto espaço de tempo de uti­li­za­ção do CeltX. A par­tir desse momento pas­sa­mos a escre­ver con­cen­tra­dos ape­nas naquilo que inte­ressa — o con­teúdo das nos­sas cenas — e esque­ce­mos com­ple­ta­mente os por­me­no­res da for­ma­ta­ção, que ficam a cargo do pro­grama. Posso garantir-vos: depois de nos habi­tu­ar­mos a escre­ver assim, é com muito sacri­fí­cio que somos obri­ga­dos a vol­tar a escre­ver guiões num pro­grama não espe­ci­a­li­zado, como o Word.

7) Con­ti­nu­a­dos e nume­ra­ção — tal como os outros pro­gra­mas de escrita de guião o CeltX ofe­rece como opção a inclu­são auto­má­tica de indi­ca­ções espe­ci­ais quando há que­bras de diá­logo ou que­bras de cena. Isto aplica-se quando um bloco de diá­logo ou uma cena pas­sam de uma página para a página seguinte. O CeltX dá-nos esta opção no modo de For­ma­ta­ção de que já falá­mos antes, aces­sí­vel por um dos sepa­ra­do­res no rodapé da página.

Mais e continuados.

A minha expe­ri­ên­cia diz-me que, em Por­tu­gal, os pro­du­to­res e os acto­res não valo­ri­zam esta opção, por isso  desactivo-a sem­pre antes de impri­mir ou expor­tar os guiões.

É tam­bém no modo de For­ma­ta­ção que pode­mos esco­lher nume­rar ou não nume­rar as cenas. A nume­ra­ção pode apa­re­cer à esquerda dos cabe­ça­lhos, à direita, em ambos os lados, ou não apa­re­cer. Nos EUA recomenda-se que as ver­sões ini­ci­ais de um guião não tenham as cenas nume­ra­das. Em Por­tu­gal, pelo con­trá­rio, os pro­du­to­res  gos­tam de ir à última página ver logo quan­tas cenas o guião tem.

Pode­mos nume­rar as cenas do guião a qual­quer momento.

8) Expor­tar o guião — infe­liz­mente a maior parte das pro­du­to­ras ainda não adop­ta­ram os pro­gra­mas de escrita de guião no seu pro­cesso nor­mal de tra­ba­lho. É por isso mui­tas vezes neces­sá­rio con­ver­ter os docu­men­tos pro­du­zi­dos no CeltX para um for­mato que elas entendam.

O CeltX ofe­rece duas opções úteis para esse efeito: ou muda­mos para o modo de For­ma­ta­ção e faze­mos “Sal­var  PDF”; ou vamos ao menu supe­rior e faze­mos “Roteiro/Exportar Roteiro…” e gra­va­mos o ficheiro como “Arqui­vos HTML”.

A pri­meira opção grava em for­mato .pdf, que hoje é lido pra­ti­ca­mente por qual­quer com­pu­ta­dor, mas não é edi­tá­vel. Isto pode ser útil quando que­re­mos enviar um guião para ser lido mas que­re­mos ter a cer­teza de que ele não poderá ser editado.

A segunda opção exporta em for­mato .html, que o Word lê per­fei­ta­mente. O Word man­tém inclu­si­va­mente os esti­los (Cabe­ça­lho, Ação, etc) dis­po­ní­veis para pode­rem con­ti­nuar a ser usa­dos. Nor­mal­mente será pre­ciso fazer depois alguns ajus­tes nos espa­ça­men­tos e mar­gens, mas 90% do tra­ba­lho de con­ver­são fica feito auto­ma­ti­ca­mente. No que diz res­peito à con­ver­são das letras acen­tu­a­das e cedi­lhas o CeltX faz um melhor ser­viço do que o Final Draft e o Screenwriter.

Temos ainda a pos­si­bi­li­dade de expor­tar em for­mato “Arqui­vos de Text” (.txt) mas isso só se jus­ti­fica se qui­ser­mos depois impor­tar o guião num pro­grama pro­fis­si­o­nal, como o Movie Magic Screenwriter.

Conclusão

O Celtx veio colo­car ao alcance de todos os gui­o­nis­tas, pro­fis­si­o­nais ou ama­do­res, a maior parte das faci­li­da­des e opções que pro­gra­mas pagos como o Final Draft ou o Movie Magic Scre­en­wri­ter ofe­re­cem na fase da escrita. Com a van­ta­gem de ser gra­tuito e exis­tir em ver­sões para os três prin­ci­pais sis­te­mas operativos.

Have­ria muito mais a dizer sobre o CeltX, mas dei­xa­rei para outros arti­gos futu­ros. O que posso reco­men­dar desde já é que façam o down­load do pro­grama e come­cem a experimentá-lo. O site da CeltX inclui um Manual de Uti­li­za­ção (em inglês) sob a forma de uma wiki. Ainda não está com­ple­ta­mente atu­a­li­zado para esta ver­são 1.0, mas é o sítio ideal para come­çar a explo­rar mais a fundo todas as capa­ci­da­des do pro­grama. Boa escrita!


Marcelo Macaue

Writer & Blogger

Related Posts:

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sobre Mim

Olá Pessoas! Marcelo Macaue

Delightful unreserved impossible few estimating men favourable see entreaties. She propriety immediate was improving.

Publicações Populares

  • All Post
  • Africa
  • America
  • Asia
  • Europe
  • Filmes
  • Fotografia
  • Travel Tips
  • Tutorial

Newsletter

FIQUE POR DENTRO

Deixe seu e-mail para receber as atualizações.

Você foi inscrito(a) com sucesso! Um erro ocorreu.

Posts sobre filmes

  • All Post
  • Filmes

10/02/2017

Documentário “As sementes” revela iniciativas que unem cooperativismo, agroecologia e feminismo Com edição de...

Instagram

Categorias

Tags

Edit Template

Marcelo Macaue © 2025 – Todos os direitos reservados.

Não é permitido essa ação.