Por Flávia Robles

O primeiro desenho animado sonoro, o primeiro desenho com o sistema Technicolor de três cores, o primeiro longa-metragem animado e o primeiro programa de TV completamente colorido. Esses são alguns dos méritos do maior ganhador de estatuetas do Oscar de todos os tempos, Walter Elias Disney. Não é à toa que nenhum de nós passou pela infância (adolescência e fase adulta também!) sem conhecer e se apaixonar por produções dos estúdios Disney.
O trabalho de Walt Disney com desenhos animados começou em 1920. Ele abriu uma pequena produtora com seu irmão, Roy, e um amigo, Ub Iwerks, chamada “Laugh-O-Gram”, que trabalhava principalmente criando animações de contos de fadas. Com pouco dinheiro, ele foi para Holywood, onde trabalhava na casa de um tio. Entre suas principais produções dessa época, havia um curta-metragem, “Alice Comedy”, e “Oswald, o coelho sortudo”. Este último teve bastante sucesso, porém, tanto esse personagem como “Alice Comedy” foram roubados de Walt Disney pelo seu patrão.
E, nesse momento, quando o irmão de Walt pensou que haviam perdido tudo, o criador do império Disney anunciou que tinha uma grande ideia: ninguém mais, ninguém menos, que o personagem Mickey Mouse – que naquele momento seria chamado “Mortimer”, só não o foi por sugestão da esposa de Walt Disney. Em 1928, o adorado rato, símbolo dos Estúdios Disney até os dias atuais, teve sua estreia. E o episódio “Steamboat Willie” foi o primeiro desenho animado a possuir som. Assim, os estúdios conseguiram alcançar a fama.
Em 1932, Disney realizou mais uma de suas proezas, o curta-metragem “Flowers and Trees”, o primeiro desenho animado a cores, que também ganhou o primeiro Oscar de melhor curta-metragem de animação. E, iniciando sua produção para TV em 1954, já em 1961 criou um programa completamente colorido, “The Wonderful World of Color”. Porém, os estúdios passaram por uma crise financeira, devido à desonestidade de um dos sócios de Walt Disney. A primeira virada dos estúdios (sim, haverá uma segunda) ocorreu com o primeiro longa-metragem animado, “Branca de Neve e os Sete Anões” (1937), que obteve muito lucro e possibilitou a criação de outros sucessos cinematográficos, como “Pinóquio” (1940) e “Bambi”(1942).
A outra crise da Disney foi após a Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, os estúdios se dedicaram praticamente só às produções feitas para o treinamento de soldados, além de propaganda militar e comédias curtas que seriam fundamentais para manter a “moralidade” de todos os cidadãos, militares ou civis, durante a guerra. Nessa época, foram produzidos curtas-metragens anti-nazismo como “The Story of One of Hitlers Children as Adapted from: Education for Death – The Making of the Nazi” (1943) e “Der Fuehrer’s Face” (1942) – neste último, o Pato Donald aparece como um nazista (!!!). É dessa mesma época o personagem Zé Carioca, criado por Walt Disney após uma visita dele ao Brasil e com o intuito de unir aliados na guerra.
Apenas com produções relacionadas à Segunda Grande Guerra, os estúdios Disney começaram a vislumbrar o fundo do poço. Mas, a segunda virada se deu com a animação “Cinderela” (1950), que alavancou novamente a situação financeira da empresa. E, a partir daí, o dito “império” Walt Disney produziu, além de curtas-metragens, desenhos animados para TV, longas-metragens de animação e outros filmes que não eram de animação como “20.000 Léguas Submarinas” (1954) e “Mary Poppins” (1964), que misturava personagens reais com desenho, entre outros.